Concentramos o peso emocional numa época. As ligações que fazemos e significados. Família, família, família... todos os tipos diferentes de família que nos calha ou que escolhemos.
Sempre me habituaram a usufruir das que tenho, por mais difíceis que possam ser. Mas ninguém me preparou para as perdas. O vazio que fica que teima em não ser preenchido. A solidão que corroi mesmo na presença de outros. Posso até viver para fora de mim, para outros, mas a besta que me atormenta no escuro, consegue ver na penumbra.
Mal vejo a hora de a apanhar...
Saturday, December 25, 2010
Wednesday, October 13, 2010
Não conheço o vazio...
Não conheço o vazio, que sempre considerei ser a entrada para a penumbra deixada quando apagamos a nossa própria vela. Um vazio que nos impele a soprar aquele último sopro. Sempre o temi. Meu deus, sempre sempre o temi. Como sempre tememos o que desconhecemos.
Não me posso queixar de tal sorte. Cá dentro, não me lembro de vazio. Lembro-me de grandes lacunas, e do remoínho que deixaram ao tentar preenchê-las com o resto das minhas entranhas. E lembro-me de transbordar. Como não me poderia lembrar de algo que me acontece tantas vezes? Perdido sim, mas não no vazio. Na escuridão talvez, onde as sombras nos atormentam sem muitas vezes mostrarem a cara. Ou no caos do passado, presente e futuro, das caras e cores e texturas que nos rodeiam e dançam em torno de nós ao som de músicas atormentadoras e vozes que ferem ou vozes que relembram as perdas e perdas e perdas que nos queimam por dentro.
Conheço o eco da minha própria voz a bater na ausência de quem chamo. Mas não o vazio. Há sempre algo lá. Pouco cheio ou transbordar, é o que conheço. Como um ser a quem é forçada a imortalidade, para viver uma vida de perdas. Forçado a viver e a sobreviver para lembrar.
"Toma ouro... cubram-no de ouro..." é o que oiço. O meu peso em ouro é o que recebo. E eu até sou pesado. Será que consigo alimentar-me de ouro?
Não me posso queixar de tal sorte. Cá dentro, não me lembro de vazio. Lembro-me de grandes lacunas, e do remoínho que deixaram ao tentar preenchê-las com o resto das minhas entranhas. E lembro-me de transbordar. Como não me poderia lembrar de algo que me acontece tantas vezes? Perdido sim, mas não no vazio. Na escuridão talvez, onde as sombras nos atormentam sem muitas vezes mostrarem a cara. Ou no caos do passado, presente e futuro, das caras e cores e texturas que nos rodeiam e dançam em torno de nós ao som de músicas atormentadoras e vozes que ferem ou vozes que relembram as perdas e perdas e perdas que nos queimam por dentro.
Conheço o eco da minha própria voz a bater na ausência de quem chamo. Mas não o vazio. Há sempre algo lá. Pouco cheio ou transbordar, é o que conheço. Como um ser a quem é forçada a imortalidade, para viver uma vida de perdas. Forçado a viver e a sobreviver para lembrar.
"Toma ouro... cubram-no de ouro..." é o que oiço. O meu peso em ouro é o que recebo. E eu até sou pesado. Será que consigo alimentar-me de ouro?
Sunday, July 25, 2010
Apetece-me ser...
Apetece-me ser um homem nu, largado numa cama, sem razão.
Apetece-me ser uma ameba sensorial e irracional, que capta o divino.
É isso. Como uma antena cansada de transmitir e que finalmente descobre que pode captar.
Mas isso rápido!! Porque o cansaço aqui dura pouco. Aproveita e capta! E transforma as tuas células e reconfigura as tuas moléculas. Coloca-te um pouco mais perto de ti!
Olha para ti a falares contigo próprio! Ao menos só te cansas a ti.
Agora falta saber se vais captar algo que te transcende ou se vais continuar a ser arrogante.
Se ao menos soubesse se a resposta está aqui ou lá fora.
Bahhhhhhh.
Apetece-me ser uma ameba sensorial e irracional, que capta o divino.
É isso. Como uma antena cansada de transmitir e que finalmente descobre que pode captar.
Mas isso rápido!! Porque o cansaço aqui dura pouco. Aproveita e capta! E transforma as tuas células e reconfigura as tuas moléculas. Coloca-te um pouco mais perto de ti!
Olha para ti a falares contigo próprio! Ao menos só te cansas a ti.
Agora falta saber se vais captar algo que te transcende ou se vais continuar a ser arrogante.
Se ao menos soubesse se a resposta está aqui ou lá fora.
Bahhhhhhh.
Convite à humanidade...
Convido-te a seres quem és.
Convido-te a me deixares ser quem sou.
Convido-te a dares o teu melhor.
Convido-te a me ensinares a dar o meu melhor.
Convido-te a descobrires quem és.
Convido-te a me deixares ou me ajudares a descobrir quem sou.
Mas no final, nem a ti, nem a ela, nem a ele, diz respeito quem sou ou quem quero ser.
Diz apenas respeito a mim e à minha almofada.
Por isso... larga-me a braguilha.
Convido-te a me deixares ser quem sou.
Convido-te a dares o teu melhor.
Convido-te a me ensinares a dar o meu melhor.
Convido-te a descobrires quem és.
Convido-te a me deixares ou me ajudares a descobrir quem sou.
Mas no final, nem a ti, nem a ela, nem a ele, diz respeito quem sou ou quem quero ser.
Diz apenas respeito a mim e à minha almofada.
Por isso... larga-me a braguilha.
Friday, June 25, 2010
Era uma vez um rapaz chamado Fausto...
Nunca se sentiram como se alguém estivesse a escrever a vossa história? E fossem apenas uma personagem de um romance bem complexo? A trama onde se encontram tão entrançada e complexa, os momentos que parece que levam uns ao outros como coincidências, as lições que aprendem e que mais tarde as utilizam como se estivessem lá de propósito.
Por vezes paro e escuto na esperança de ouvir uma voz que está a narrar a minha história. Se a conseguisse ouvir se calhar conseguia encontrar o significado de tudo o que passei e que estou a passar.
"Fausto Fonseca veste-se para o emprego e antes de sair certifica-se que apanha todos os cocós da areia dos seus gatos.".
Neste momento estou a ser relembrado, mais uma vez, do quão romanceada pode ser a nossa vida e como a vida tende a superar qualquer ficção.
Espero que as páginas deste novo volume sejam tão boas como o prólogo o está a ser.
Por vezes paro e escuto na esperança de ouvir uma voz que está a narrar a minha história. Se a conseguisse ouvir se calhar conseguia encontrar o significado de tudo o que passei e que estou a passar.
"Fausto Fonseca veste-se para o emprego e antes de sair certifica-se que apanha todos os cocós da areia dos seus gatos.".
Neste momento estou a ser relembrado, mais uma vez, do quão romanceada pode ser a nossa vida e como a vida tende a superar qualquer ficção.
Espero que as páginas deste novo volume sejam tão boas como o prólogo o está a ser.
Friday, June 11, 2010
Na escuridão...
O que vês tu quando fechas os olhos?
Vejo breu. E por vezes vaga-lumes a dançar.
O que ouves tu quando fechas os olhos?
Oiço o bater do meu coração.
O que sentes tu quando fechas os olhos?
Sinto-me observado por uma besta que espera na calada. Sinto uma crescente inquietação. Sinto um crescente desconforto.
Então como entras tu na penumbra para adormeceres?
Pela exaustão dos meus sentidos. Preencho o meu "sótão" de estímulos, biombos e tralha, até a besta ficar atolada.
Isso não é cansativo?
Extenuante!
Isso não afecta a tua vida?
Descobri que tenho muita força. Descansar é para os fracos. Descansar é algo sobrevalorizado.
E achas que vai mudar?
Já mudou outrora. Vai mudar outra vez. Mas a mudança não será feita na escuridão. Será feita pela determinação na luz. Será feita pela mudança na luz. Será feita por luz. Ando só à procura do interruptor.
Sunday, May 30, 2010
Preso dentro de mim
Circunstâncias atrás de circunstâncias que nos moldam, nos programam, nos determinam.
Crescemos nas circunstâncias e vivemos com circunstâncias que nos atingem de todos os lados. Como se nos atirassem balões cheios de tinta de todas as cores, e a nossa pele fosse ficando mais grossa com camadas e mais camadas coloridas, com todas as cores dos impulsos, reacções, reflexos condicionados... e vivemos mais um pouco na ilusão que crescemos puros e inalterados.
Mas por vezes há circunstâncias que batem com mais força, estremecem a pele dura, nos estremecem por dentro, e nos acordam deste sono de uma tristeza confortável.
Sinto-me preso num sonho mau. Sinto-me preso dentro de mim. Sinto-me à mercê de um vento criado à superfície da pele que movimenta os meus braços para eu gesticular, movimenta as minhas pernas para eu andar, movimenta os meus lábios para eu falar, e no meu âmago, o meu EU verdadeiro grita palavras vãs que nem sempre conseguem retomar o controlo.
E o veneno... um veneno tão forte que me esmaga por dentro... um veneno que me preenche por dentro em golfadas... que me queima os meus órgãos... que me enlouquece...
Estou preso dentro de mim... mas esta merda de paredes vão ceder. Esta merda de paredes vão sentir a minha vontade. Seja pela força dos meus punhos cerrados atirados contra elas, seja pelo apaziguar da minha resolução. Seja como for, seja quando for, as vozes vão-se calar, a serenidade vai-me inundar, os meus sonhos serão consumados e o meu espírito será indomável e independente de qualquer necessidade exterior.
Because.. that's my way of the ninja...
Crescemos nas circunstâncias e vivemos com circunstâncias que nos atingem de todos os lados. Como se nos atirassem balões cheios de tinta de todas as cores, e a nossa pele fosse ficando mais grossa com camadas e mais camadas coloridas, com todas as cores dos impulsos, reacções, reflexos condicionados... e vivemos mais um pouco na ilusão que crescemos puros e inalterados.
Mas por vezes há circunstâncias que batem com mais força, estremecem a pele dura, nos estremecem por dentro, e nos acordam deste sono de uma tristeza confortável.
Sinto-me preso num sonho mau. Sinto-me preso dentro de mim. Sinto-me à mercê de um vento criado à superfície da pele que movimenta os meus braços para eu gesticular, movimenta as minhas pernas para eu andar, movimenta os meus lábios para eu falar, e no meu âmago, o meu EU verdadeiro grita palavras vãs que nem sempre conseguem retomar o controlo.
E o veneno... um veneno tão forte que me esmaga por dentro... um veneno que me preenche por dentro em golfadas... que me queima os meus órgãos... que me enlouquece...
Estou preso dentro de mim... mas esta merda de paredes vão ceder. Esta merda de paredes vão sentir a minha vontade. Seja pela força dos meus punhos cerrados atirados contra elas, seja pelo apaziguar da minha resolução. Seja como for, seja quando for, as vozes vão-se calar, a serenidade vai-me inundar, os meus sonhos serão consumados e o meu espírito será indomável e independente de qualquer necessidade exterior.
Because.. that's my way of the ninja...
Wednesday, April 28, 2010
Reencontro
Coisa assustadora esta noite. Reencontrar o passado no olhar de um desconhecido.
Quanto mais tempo me enganarei a dizer-me que tenho o passado organizado nas gavetinhas correctas e apaziguadoras.
Não tinha saudades do olhar vidrado que nos atravessa.
Não tinha saudades do enumerar de sonhos perdidos.
Não tinha saudades do vislumbre do desenlace fatal.
Não tinha saudades dos tiques.
Não tinha saudades das necessidades fisiológicas marcadas.
Não tinha saudades da revolta.
Não tinha saudades da vergonha.
Não tinha saudades da necessidade da próxima dose.
Mas, meu deus, como tenho saudades de ti.
E pergunto-me se será por aqui que nos iremos reencontrar.
Monday, April 26, 2010
Deus chamou-me para brincar
Ele olha-nos lá do alto, e é um menino.
Lá em cima deve ser uma chatice e ele olha para nós e pensa:
"Que aborrecido. Anda... vamos brincar."
Puxa cordelinhos e lança-nos pozinhos e tira-nos para fora da protecção das telhas para brincarmos à chuva.
Eu digo-lhe que quem anda à chuva molha-se mas ele diz que tem uma gabardine.
"Obrigado! Tens tu, mas e eu?"
Pois. Mas a brincadeira é mesmo comigo. Eu bem digo "Deixa-me estar aqui sossegadito pah!"
Mas ele diz que não é esse o objectivo de cá estarmos.
Então arrasta-me e molha-me e dá-me sol e molha-me outra vez.
Por vezes até consigo pegar numa flor, ou comer amoras, mas depois ele dá-me azedas para trincar... blargh...
Lembro-me de uma vez, que me deliciei com mel durante anos.
E depois a colmeia desistiu de fazer mais mel e as abelhas ainda me picaram!
Ainda me dói, de tantas picadas!
Só que depois ele disse "Mas achas que isso chega para brincar?". E não é que trouxe uma cenourita?
Agora imaginam deus, ás minhas cavalitas, com um pau meio tosco, com uma cenourita pendurada!?
E eu "Oh Deus! Vais abanar essa cenourita coberta de mel. Eu já percebi. É bonita! E tão divertida! Mas tás-me a dizer que me vais levar a uma colmeia nova?"
"Não sei! Sei lá! Achas que sou omnisciente ou quê?! Se calhar o objectivo deste jogo é apreciares o balançar da cenoura, e não estares à espera de colmeias!
Se calhar nem é uma colmeia que te espera. Se calhar é uma fonte de ambrósia. Dura mais que colmeias! Ou então... não! Ahahaha!"
"Obrigadinho Deus. Fico muito agradecido pela tua preciosa ajuda. E deixares-me descansar só um bocadinho?"
"Hmm. Acho que isso vai ser difícil. Antes de te montar eu li na tua caixa que tu não podias descansar muito ou avariavas!"
Ou seja... defeito de fabrico. Mas ele disse que não saíram muitos do mesmo modelo, por isso não haverá muito estrago no mundo.
Monday, April 19, 2010
Solidão na dor...
A solidão...
Tem diversas formas e feitios, mas a mais profunda que conheci foi a solidão que sentimos na dor.
Um dos comportamentos interessantes que temos quando em sofrimento é a tentativa de criar empatia nos outros, que muitas vezes chega mesmo à tentativa de que tenham pena de nós. Mas porque sentimos tanta necessidade da pena dos outros? É algo tão patético quando olhamos de fora.
Para além das óbvias vantagens de que tenham pena de nós (amigas jeitosas a acariciarem-nos a dizer que tudo vai ficar bem), penso que a maior razão é a necessidade que temos em não estarmos sozinhos nessa dor.
Tentamos descrever ao pormenor minucioso cada esquina, cada degrau daquilo que sentimos, floreado com os detalhes mais sórdidos e chocantes até que a outra pessoa fique com a cara angustiada que nos dá um ligeiro conforto de que finalmente ela atingiu um pouco o que sentimos. Mas no final de tudo ela vai à sua vida e nunca vai saber o que estamos a sentir.
Obviamente que toda a gente sofre, e a maioria das vezes o sofrimento nem tem de ser proporcional em termos de gravidade da situação. Há quem sofra mais pela perda de um animal do que outra pessoa sofre pela perda de um filho. Acho que cada sofrimento tem a sua cor e cada pessoa tem a sua tez.
No final do dia a nossa dor é nossa. No final do dia ninguém a irá compreender realmente. No final do dia estamos entregues à solidão da nossa própria dor e só a nós nos compete fazê-la desaparecer.
Friday, April 16, 2010
Pequeno devaneio...
FaustoFonseca: arghhhhhhhhhhhhhh
FaustoFonseca: vou ter de fazer uma coisa drástica!
FaustoFonseca: eu não queria!
FaustoFonseca: mas vai ter de ser!!!!
FaustoFonseca: vou ter de usar o meu poder mental!!! para criar uma mão de energia que me vai sair do corpo e tomar forma fisica no ar!!!!!
FaustoFonseca: assim a lançar montes de faíscas
FaustoFonseca: e a brilhar azul!!
FaustoFonseca: e vai começar a fazer barulho de electricidade como se fossem pequenos chicotes
FaustoFonseca: e vai afastar-se do meu corpo!!!
FaustoFonseca: até que!
FaustoFonseca: depois de ter apanhado esse balanço!!!!
FaustoFonseca: vai
FaustoFonseca: voar na minha direcção!
FaustoFonseca: entrar pelo meu plexo solar!
FaustoFonseca: perscrutar o meu peito!!!!!
FaustoFonseca: agarrar este veneno dentro de mim!!!! assim como quem agarra os tomates de um cabrão que nos chateia!!!!!
FaustoFonseca: expremer bem esta trampa
FaustoFonseca: e arrancar!!!!!!
FaustoFonseca: e vai depois cá fora colocar diante dos meus olhos
FaustoFonseca: para eu ver aquilo pulsar!!!!!
FaustoFonseca: mais um pouco!!!!!!
FaustoFonseca: as ultimas vezes!!!!
FaustoFonseca: até que SBLHERGH!!!!!!!!!!!
FaustoFonseca: expreme aquilo até ficar nhanha a pingar no chão
FaustoFonseca: para eu ainda por cima bater com os pés em cima aos saltos!!!!
FaustoFonseca: "NÃO ME CHATEIAS MAIS CABRON!!!"
Thursday, April 08, 2010
Estou farto!
Estou farto de perder pessoas!
Estou farto de ser desiludido!
Estou farto de me custar a meter a cabeça na almofada!
Estou farto de ter pena de mim próprio!
Estou farto de fazer os outros terem pena de mim!
Estou farto de ter de remar contra a corrente da depressão!
Estou farto de sentir o meu peito ser corroído por ácido!
Estou farto de sentir um nó entalado na garganta!
Estou farto de necessitar de mudar!
Estou farto de conseguir avançar!
Estou farto de ter de conseguir avançar!
E estou tão fartinho de estar farto! FDS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Estou farto de ser desiludido!
Estou farto de me custar a meter a cabeça na almofada!
Estou farto de ter pena de mim próprio!
Estou farto de fazer os outros terem pena de mim!
Estou farto de ter de remar contra a corrente da depressão!
Estou farto de sentir o meu peito ser corroído por ácido!
Estou farto de sentir um nó entalado na garganta!
Estou farto de necessitar de mudar!
Estou farto de conseguir avançar!
Estou farto de ter de conseguir avançar!
E estou tão fartinho de estar farto! FDS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Wednesday, April 07, 2010
Contos
Queria finalmente partilhar aqui no blog 2 contos que escrevi há uns tempos. São os primeiros de muitos (espero eu).
A minha escrita ainda está bastante pobre, mas para isso é que serve praticar.
Espero que leiam e que partilhem comigo o que acharam.
Crossing Zone - Conto escrito em 2009 para um pequeno concurso do fórum de bookcrossing português.
Campismo Selvagem - Escrito em 2008 para um concurso da editora Saída de Emergência
Não. Não ganhei nenhum prémio em nenhum:P
Wednesday, March 31, 2010
Teste surpresa da vida
Lembram-se quando na escola aparecia de vez em quando um teste surpresa? Se forem como eu então nunca estavam preparados porque estavam à espera de estudar tudo na véspera dos exames. Os professores sabiam disso e acho que faziam de propósito porque não há nada como fazermos surpresas e a outra pessoa estar com uma cara mesmo surpreendida: "Surpresa! O hambúrguer que acabaste de comer está envenenado!", "Não posso! A sério? Epa... é que eu não estava mesmo nada à espera. Envenenado? Caneco! Agora deixaste-me mesmo surpreendido!".
Os últimos acontecimentos na minha vida fizeram-me perceber algo: alem de termos de aceitar que pouca coisa (ou nada) está realmente sob o nosso controlo, mesmo assim quase tudo na nossa vida é acerca de tomar decisões. Isto faz-me pensar que a vida não passa de um teste surpresa de respostas múltiplas em que a pessoa que vai corrigir está-se lixando para a resposta certa.
O mais engraçado é que por vezes as decisões que tomamos nem vão propriamente de encontro ao que é claramente melhor para nós porque, por alguma razão, tentamos saciar coisas que achamos que nos vão fazer mais felizes em vez de fazermos coisas que nos vão fazer felizes. Isto porque acreditamos realmente que as nossas decisões controlam tudo o que nos rodeia.
Podemos estar a sofrer imenso a tentar obter algo que achamos que nos vai fazer felizes mas que é inalcançável e, no processo de não acreditar que não temos controlo sobre isso, esquecemos que se calhar seremos felizes muito mais rápido se avançarmos e partirmos para outra. É que por incrível que pareça, nestas situações de amores perdidos, ficarmos agarrados ao passado e a sofrer ou avançar e ser feliz é mesmo uma decisão nossa.
Será que no final da vida vamos ver a nossa pontuação? Estou bastante curioso para saber a minha.
Os últimos acontecimentos na minha vida fizeram-me perceber algo: alem de termos de aceitar que pouca coisa (ou nada) está realmente sob o nosso controlo, mesmo assim quase tudo na nossa vida é acerca de tomar decisões. Isto faz-me pensar que a vida não passa de um teste surpresa de respostas múltiplas em que a pessoa que vai corrigir está-se lixando para a resposta certa.
O mais engraçado é que por vezes as decisões que tomamos nem vão propriamente de encontro ao que é claramente melhor para nós porque, por alguma razão, tentamos saciar coisas que achamos que nos vão fazer mais felizes em vez de fazermos coisas que nos vão fazer felizes. Isto porque acreditamos realmente que as nossas decisões controlam tudo o que nos rodeia.
Podemos estar a sofrer imenso a tentar obter algo que achamos que nos vai fazer felizes mas que é inalcançável e, no processo de não acreditar que não temos controlo sobre isso, esquecemos que se calhar seremos felizes muito mais rápido se avançarmos e partirmos para outra. É que por incrível que pareça, nestas situações de amores perdidos, ficarmos agarrados ao passado e a sofrer ou avançar e ser feliz é mesmo uma decisão nossa.
Será que no final da vida vamos ver a nossa pontuação? Estou bastante curioso para saber a minha.
Monday, March 29, 2010
Uma luz acesa
Pego-lhe na face com ambas as mãos
e um olhar atravessa a minha face
como uma espada com uma lâmina forjada de indiferença...
Nos olhos dela um barco à deriva numa tempestade
e nos meus um farol que não sabe em que direcção apontar.
Um sentimento de impotência que nos rasga ao meio
que espalha as nossas entranhas pelo chão e as pisa...
Já não está lá... já não se lembra...
E grito "Sou eu! Não te lembras? Sou eu!"
Deixarei uma luz acesa?
E por quanto tempo?
Não sei se vou comprar mais pilhas...
preciso delas para o meu respirador artificial...
e um olhar atravessa a minha face
como uma espada com uma lâmina forjada de indiferença...
Nos olhos dela um barco à deriva numa tempestade
e nos meus um farol que não sabe em que direcção apontar.
Um sentimento de impotência que nos rasga ao meio
que espalha as nossas entranhas pelo chão e as pisa...
Já não está lá... já não se lembra...
E grito "Sou eu! Não te lembras? Sou eu!"
Deixarei uma luz acesa?
E por quanto tempo?
Não sei se vou comprar mais pilhas...
preciso delas para o meu respirador artificial...
Friday, March 26, 2010
É triste
Andamos por cá
E acorrentamo-nos uns aos outros
Moldamo-nos uns aos outros
para não sermos solitários na nossa loucura
Tornamo-nos feios
Não há prisão maior que a que construímos no nosso interior
São-nos dados os tijolos, mas cimentamos um atrás do outro
Podemos ser muito novos, podemos ser muito ingénuos
Mas mais tarde ou mais cedo confrontamos
a muralha de estupidez que nos circunda
Uma bela muralha de idiotice que só é verdadeiramente apreciada
por outro idiota como nós
E há tantos!!!
Até que alguém olha para nós e grita
"O Rei vai nu!"
E aprendemos que afinal o inimigo está dentro da muralha
Queremos fugir
Mas o cimento é duro, os tijolos sólidos
Batemos com os punhos até sangrarem e fingimos que é o néctar dos deuses
Às vezes acreditamos que vamos conseguir
Outras vezes achamos que nunca vai acontecer
E confrontamo-nos com o verdadeiro inimigo
Os nossos medos
E o triste? A tristeza que está enterrada por debaixo dos tijolos
É triste quando a própria tristeza é ultrapassada
É triste quando a loucura nos tira a possibilidade de estarmos verdadeiramente tristes
É triste...
E acorrentamo-nos uns aos outros
Moldamo-nos uns aos outros
para não sermos solitários na nossa loucura
Tornamo-nos feios
Não há prisão maior que a que construímos no nosso interior
São-nos dados os tijolos, mas cimentamos um atrás do outro
Podemos ser muito novos, podemos ser muito ingénuos
Mas mais tarde ou mais cedo confrontamos
a muralha de estupidez que nos circunda
Uma bela muralha de idiotice que só é verdadeiramente apreciada
por outro idiota como nós
E há tantos!!!
Até que alguém olha para nós e grita
"O Rei vai nu!"
E aprendemos que afinal o inimigo está dentro da muralha
Queremos fugir
Mas o cimento é duro, os tijolos sólidos
Batemos com os punhos até sangrarem e fingimos que é o néctar dos deuses
Às vezes acreditamos que vamos conseguir
Outras vezes achamos que nunca vai acontecer
E confrontamo-nos com o verdadeiro inimigo
Os nossos medos
E o triste? A tristeza que está enterrada por debaixo dos tijolos
É triste quando a própria tristeza é ultrapassada
É triste quando a loucura nos tira a possibilidade de estarmos verdadeiramente tristes
É triste...
Tuesday, March 23, 2010
O que tenho feito
Na penumbra sou surpreendido por uma borboleta
O chão desintegra-se e perco a firmeza gelatinosa da minha postura
Confronto-me com o meu pior inimigo, um espelho
No espelho vejo um louco que me substitui
Os meus gritos morrem no limiar da sanidade
Debato-me para ser engolido pelas areias movediças
E a dor... a tremenda dor... sabe o meu nome
E então lembro-me dela
Neste labirinto já andei, tropecei e desisti
E apenas uma coisa aprendi
Desistir é morrer e andar aprender
Pode não ter fim... pode ser que seja tudo acerca da viagem...
Mas uma coisa é certa:
As areias do tempo esvaem-se por entre os meus dedos
Já é tempo de cerrar os meus punhos
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