Thursday, June 29, 2006

BookCrossing


Como "gamar" livros e não ser preso.

Imaginem o cenário. Vai uma rapariga toda jeitosa, com os seus cabelos loiros e os seus avantajados seios a um café, ela está a ler compenetrada, enquanto, esporadicamente, toca os seus suaves lábios na sua chávena de café, passando de seguida a lingua, em câmara lenta, pela boca num ritual bem sensual. Entretanto ela acaba de ler o livro, fecha-o, levanta-se, paga e vai-se embora. Em cima da mesa está o livro que ela deixou abandonado. Esqueceu-se? Era uma oportunidade de ir devolver e meter conversa. Afinal ela tinha uns belos sei...personalidade. NAAAAAA vou gamar o livro! Pegamos no livro e piramo-nos a correr e a gritar "ahahahah... este já é meu... sou eu contra o mundo.. ahahahah". Uma história bastante comum no dia a dia de cada um (acontece-me a um ritmo quase diário). Mas agora tiraram a piada à coisa. Porque agora é possivel que ao nos pirarmos com o livro, estejamos a fazer precisamente o que a dona do livro pretendia.


Isto leva-nos ao conceito base deste post. BookCrossing! (www.bookcrossing.com). Consiste em comprarmos um livro, lermos, e quando acabamos e sabemos que não o vamos ler mais, inscrevemos o nosso livro no site, colocamos-lhe uma etiqueta com a referência de registo e largamo-lo em qualquer lado para outra pessoa que se interesse em ler o livro o leve e, possivelmente, escreva uma entrada no site indicando por onde ele anda agora. No site ficam os "diários de viagem" dos livros e podemos saber que o nosso livro foi parar um país qualquer estranho. Posso ficar a saber por exemplo que o meu exemplar do "Fuga dos chatos para a índia" está a fazer as delicias de uma criança chinesa na Russia, ou que o meu exemplar do "Use a flatulência para seu beneficio" está a mudar a vida de uma criança pobre da Índia. E digamos seriamente que hoje em dia as viagens estão caras, e assim ao menos viajam os livros.

Eu sei o que estão a pensar. "Está um gajo a trabalhar para comprar os livros para depois andar praí a distribuir por esses maltrapilhos pseudo-intelectuais que não fazem nenhum sem ser andar a passear". Mas na realidade quantos livros leu duas vezes? E aqueles que vai ler outra vez pode sempre guardar. Mas há de certeza uns quantos que já desejou várias vezes "acidentalmente" atirar pela janela por estarem a ocupar o espaço que poderia ser para a sua sardinha embalsamada capturada com muito orgulho na sua viagem nautica pelo rio Trancão. Que mais não seja pode sempre fazer parte dos que vai procurar livros destes, leva para casa, lê (ou bate na tola com ele ou o que raio faz você com os livros), insere uma entrada no histórico do livro no site e de seguida deixa o livro noutro sitio qualquer para outra pessoa pegar nele. E, com o passar do tempo, pode ir vendo o historial daquele livro que esteve nas suas mãos e por onde ele vai andando. Se por acaso o livro cheira muito mal, convém ir ao site ver por onde ele andou antes de o manusear e meter depois os dedos na boca (ou chuchar no livro, seja você um desequilibrado).
Em Portugal
Alguns sitios conhecidos de bookcrossing em portugal são em Lisboa: o bar Agito, no Bairro Alto, a livraria Clepsidra, nas Picoas, e o Tejo Bar, em Santa Apolónia. No Porto:Cafetaria do Palácio e no Café de Santa Catarina.
Links
www.bookcrossing.com (Site Oficial)
http://www.bookcrossing.com/forum/19 (Forum do bookcrossing em português)
http://www.rinaldiweb.it/eurobc/pt/index.htm (comunidade portuguesa de bookcrossers)

Tuesday, June 27, 2006

Estereogramas

Já estiveram na moda, já passaram de moda, mas continuam a ser fascinantes. Os estereogramas são o melhor e mais divertido exemplo de como o nosso cérebro está cá para ser enganado. Penso até, quanto tiver tempo, tomar conta do cérebro de todos os terrestres através de estereogramas. Mas a falta de tempo sabem como é.
Para quem não sabe, estereogramas são imagens que, quando olhamos de uma certa forma, nos dão a sensação de 3 dimensões. Isto sem ajuda de oculos especiais como nos filmes. Isto acaba por ter piada, porque está provado que o pessoal até é adepto destas "modernices". Viu-se bem a adesão do povo ao antigo filme "O monstro da lagoa negra" e as Das. Marias deste país revoltadas "Pronto! Já tá o raio do bicho aqui na sala a sujar isto tudo. Ainda hoje limpei a sala toda e vem-me este gajo pingar sangue praqui!!".
É um facto que os estereogramas têm pouca riqueza visual, visto que são imagens bem "ruídosas" e apenas nos dão a sensação da forma dos objectos, e não a sua côr ou textura. Mas quem quer saber? Desde que eu faça parte da "elite" de pessoas que consegue entortar os olhos e ver o raio da imagem (ou pelo menos fingir bem que consigo).
AH! Ainda não tinha dito, e alguns não sabiam. Pois. Para ver o raio das imagens é preciso entortar os olhos. Quem se treinou bem em miudo a entortar os olhos para fazer palhaçadas está meio caminho andando. Bem... na realidade é um pouco mais complexo. Existem algumas imagens que para observar basta entortar os olhos, mas a maior parte usa uma técnica mais "estranha" que consiste em focarmos os olhos no ponto que supostamente está no infinito, por trás do desenho. Explicar este conceito é que já é um verdadeiro desafio. O facto de nós "sentirmos" a distância até aos objectos e conseguirmos assim nos desviarmos das bostas do chão da rua (sim... eu tenho uma fixação por bostas), provém do facto de termos 2 olhos. Sim, o segundo olho não está cá para o caso de perdermos o outro, nem para podermos enfiar 2 dedos nos olhos. Os dois olhos estão ligeiramente separados (isto se vocês forem normais e esbeltos como eu) e essa pequena distância dá aos dois olhos uma ligeira perspectiva diferente sobre o que estamos a ver. O nosso cérebro pega nas duas e "calcula" a distância até aos objectos graças a ela. Os estereogramas o que fazem é fingir que temos ali duas imagens com uma perspectiva ligeiramente diferente e que juntas, no nosso cérebro, nos parecem uma só mas em que as várias partes dessa imagem estão a diferentes distâncias. No final de tudo só interessa como ver o raio das imagens.
Existem várias dicas de como ver um estereograma. Eu vou indicar a mais simples, e depois quem quiser vai procurar nos links que eu forneço. Ou então vão fazer outra coisa antes que vos salte os olhos da cara.

A ideia é olhar para o centro da imagem durante algum tempo e ir deixando os olhos relaxarem. O objectivo vai ser relaxar tanto os olhos que eles aos poucos começam a desfocar a imagem. Esse desfocar da imagem é o que se pretende. Com treino conseguimos deixar os olhos desfocarem mais e mais, como se estivessemos a ver através da imagem. A partir de um certo ponto conseguimos desfocar os olhos o suficiente para ver a imagem. É experimentar e treinar com a imagem que está ao lado. No inicio é dificil porque os olhos querem muito focar a imagem, porque é isso a que estão habituados. Mas como tudo, temos de treinar e treinar. Ou então espancar os olhos, mas eu não sou grande adepto.
Para quem quiser maltratar mais os olhos ficam aqui alguns links:
E para os maluquinhos dos jogos como eu, um mod para o quake 2 para jogarmos em modo de estereograma em tempo real:

Saturday, June 24, 2006

Brigada do Cagalhão

Há já algum tempo que em Lisboa existe um serviço fantastico, que correm os boatos se chamar: "MOTOCÃO". Basicamente são umas scooters especiais, munidas de uns potentes aspiradores, que são usadas por uns senhores em fatos todos especiais, e que andam pelos nossos passeios a salvar-nos dos ataques dos cagalhões caninos.
"Estava eu ali na minha vidinha, a andar pelo passeio, quando sou confrontado por um gang de cagalhões. Já me encontrava rodeada por uns 5 ou 6, quando fico de frente para o que parecia ser o chefe. Um cagalhão maior, com algumas cicatrizes de pisadelas e sabe-se lá mais que maus-tratos da vida. Parecia um cagalhão duro e o medo inundava-me. Quando oiço ao longe a aproximar-se algo, com um som de entregador de pizza, mas um aspecto tirado de um filme de ficção cientifica. Posso jurar que se notava o medo nos rostos dos cagalhões. De uma assentada, qual cavaleiro no seu lindo corcel munido de um aspirador de cagalhões, o meu novo heroi, livra-me de uma assentada dos 5 ou 6 prevaricadores ameaçadores (FLOMP!FLOMP!FLOMP!FLOMP!FLOMP!.... afinal eram 5.. mas todos ameaçadores). E eis que o meu mais novo heroi se afasta, qual cavaleiro para o pôr do sol, com a sua lança com cheiro a trampa para salvar outra vitima."
Isto podia ser uma historia de banda desenhada. E em qualquer altura convertida para cinema com um super heroi 3d. Mas isto é a realidade. São novos herois numa altura que as pessoas perderam a esperança. Claro que se as pessoas usassem o "saquinho", a arma mais eficaz contra a proliferação destas máfias de cagalhões caninos, estes herois são seriam necessários. Mas é um facto de que nunca vi nenhuma campanha a explicar e a ensinar as pessoas nesse sentido.
Entretanto podemos aproveitar e falar de números... números reais sobre a brigada do cagalhão.
"Em 2002 os cinco motocães que actuam na cidade recolheram 841.385 dejectos caninos. Mas, apesar de impressionante, este número só diz respeito às zonas da cidade onde é possível a actuação destas motas, ou seja, nas ruas onde os passeios têm mais de 90 centímetros de largura." (com esta quantidade tremenda de cagalhões capturados só me vem uma ideia à cabeça: quem é que raio tem um emprego que consiste em contar cagalhões apanhados da rua? Deve ter alto orgulho. Deve ter um daqueles nomes técnicos todos especiais de corrida: "Técnico de Contabilização e Estatística de Aquisição de Dejectos provenientes da espécie Canis Familiaris". Deve ser estilo "OH Manel!!! Tenho aqui mais um saquito para contabilizares. Ena!! Este parece cheio.. grande colheita!")

Artigo sobre os motocães

Wednesday, June 21, 2006

O verdadeiro código Da Vinci

Numa altura em que está toda a gente eufórica (vulgo "com ela aos saltos") pela história (e para muitos quase uma nova religião) "O Código Da Vinci", encontrei na net algo curioso e, ao que parece um pouco vulgar, acerca de um quadro de Da Vinci. Quem leu o livro, ou quem apenas viu o filme (como eu:P), lembra-se certamente que uma das pistas estava escondida por trás do quadro "Madonna on the rocks". Existem na realidade duas versões deste quadro. A primeira (a que aparece no filme e que se encontra no Louvre), que foi encomendada pela "Confraternidade da Imaculada Conceição", foi rejeitada pelos mesmos porque o raio do quadro estava cheio de pequenas anomalias "anti-cristãs" que pareciam querer dar, subtilmente, um ligeiro significado alternativo ao quadro (raio do gajo pah!!! maluquinho dos códigos). Resultado: toca de ser obrigado a fazer outro quadro, desta vez bem comportadinho. Essa segunda versão encontra-se na National Gallery em Londres (onde estive eu e a minha "gaija" em dezembro passado, e vale realmente a pena). Entretanto, o pessoal da National Gallery, que tem de fingir que trabalha para não serem despedidos, divertem-se a olhar para os quadros o dia todo e, hoje em dia com alta tecnologia, a perscrutar (palavra que devia ser mais cara enviar em telegramas) os quadros com infravermelhos (reflectografia de infravermelhos... espero que não doa! Sim.. porque eu já fiz uma rectoscopia e já sei o que a casa gasta). Entretanto descobriram (tal como em outros quadros) que por baixo do quadro existe outra figura, do inicio de outro quadro que se destinava àquela tela. Naquele tempos as telas deviam ser caras. Hoje em dia até nas lojas dos chineses temos telas para pintar. Este tipo de "segredos" existem ao pontapé pelos quadros do Louvre e da National Gallery. Uma boa visita guiada leva-vos a Códigos Da Vinci, Códigos Van Gogh, Códigos a dar com um pau. E já está mais que visto que para consumir histórias romanticas sobre códigos, estamos cá nós.
Para quem quiser saber um pouco mais sobre o quadro, sobre as suas metáforas e sobre o desenho escondido, pode ir ao site da National Gallery .

Tuesday, June 20, 2006

O meu primeiro POST!!!!

O primeiro BLOG! E aproveito e exagero logo colocando duas fotos e tudo. Quase que conseguimos retirar uma história das imagens. Numa estou a ser rodeado por um bando enorme de pombos, cena digna de Hitchcock e que aterrorizaria qualquer um. Mas eu já tinha visto o filme, e como tal tratei logo do pombo que estava mais perto, como podem ver na segunda foto. Chupadinho até ao osso:P
Mas pronto. Na realidade a primeira foto é o excesso de população de pombos no Martim Moniz (ainda se fosse no Marquês de POMBAL ahaahahahahahaargh cof cof). A segunda é um pombo companheiro e amigo, na fase de esqueleto, que nos faz companhia à janela do meu emprego.

Aproveito para dizer que a câmara do meu telemóvel é um cagalhão, mas no entanto vai servir para tirar muita foto para este Blog (ou talvez não, porque me conheço bem e isto do Blog vai andar às moscas montes de tempo sem eu escrever nada. Até porque quando escrevo muito tenho tendência para dizer coisas que me embaraçam e tal... ). Enfim, este é o primeiro Post e como tal tenho direito a divagar e falar sobre coisa nenhuma. Escrever e escrever, e depois de tudo espremidinho não temos nada para ler:P
Sem mais palha a adiantar me despeço com amizade.