Wednesday, August 23, 2006

Cientologia... a religião que veio do espaço

Introdução
Este post serve para vos mostrar as fantásticas informações que descobri pela internet acerca da religião chamada "Cientologia". São informações tiradas por leitura rápida de muitos sites e como tal deve sempre ser questionada e quem quiser saber mais deve realmente fazer a sua própria pesquisa (ou então dedicar-se a outra coisa mais importante porque realmente isto não vale muito a pena).

O que é a Cientologia?
A cientologia é uma religião criada em 1953 por um indivíduo chamado L.Ron Hubbard que também escreveu um livro muito conhecido sobre Dianética que está a par da Cientologia. A Cientologia baseia-se na ideia de que cada indivíduo é composto por um corpo e uma alma chamada Thetan. Supostamente as maleitas mentais das pessoas são criadas por pequenas almas confusas que temos no corpo chamadas Body Thetans e todo o tipo de terapia convencional psiquiátrica e especialmente química por meio de medicamentos psiquiátricos (como os anti depressivos) apenas pioram o nosso estado sendo a única solução nos submetermos aos tratamentos dados pela igreja de cientologia. É estilo "o nosso detergente lava mais branco que o vosso" sendo a nossa tola a trouxa de roupa. O que acontece é que esta igreja tem custos muito elevados e quem não puder pagar pode sempre passar a trabalhar o resto da vida para a igreja (bem.. na realidade é mais que o resto da vida, visto existirem contratos feitos por esta igreja com a validade de 1 bilião de anos, literalmente). A igreja é constituída por vários níveis chamados OT, sendo que o OT III é o nível mais engraçado e que eu explico porquê já a seguir.

Uma aventura espacial
Várias pessoas que estiveram na igreja e saíram, deram os seus testemunhos acerca das práticas da igreja. Foi então desvendado a verdadeira doutrina da igreja de cientologia e que serve de base aos seus ensinamentos, e que é apenas desvendada aos seus seguidores quando estes passam para o nível OT III. Supostamente, há muitos biliões de anos atrás, existia no espaço uma federação de 76 planetas comandada por um ditador chamado Lord Xenu. Este, para resolver os problemas de sobrepopulação dos vários planetas, decidiu que se ia livrar de uma data de pessoas. Então pegou numa data delas por planeta (cerca de 178 biliões) e implantou-as para que lhes fosse lavado o cérebro. Colocou-as todas em naves espaciais com a forma de aviões DC-8 e enviou-as para o planeta terra. Quando cá chegaram mandaram as pessoas todas para dentro de vulcões e a seguir mandaram-lhes para cima bombas de hidrogénio. Umas quantas sobreviveram (deviam ter sobretudos ou algo assim que as protegiam contra bombas atómicas) e as outras morreram sendo os seus espíritos libertados. Então o pessoal do Lord Xenu apanhou as alminhas todas com umas máquinas especiais e então começou a lavagem dos seus cérebros (almas com cérebros.. alta redundância que vai para aqui). Este processo baseava-se em obrigar as almas a verem uma espécie de cinema com imagens 3d que lhes incutia crenças (cristianismo e essas coisas) e lhes retirava a noção de individualidade. Foram então de seguida libertadas e erraram pela terra até se decidirem ir todas alojar nos corpos do pessoal que sobreviveu às explosões (que supostamente são os nossos antepassados). Esses Thetans (almas) passam a chamar-se Body Thetans e são os responsáveis pelas confusões psicológicas que hoje temos. O objectivo da igreja é libertar as pessoas desses Body Thetans. Entretanto a resistência do povo dos planetas da federação prendem Lord Xenu numa gruta numa montanha em um dos planetas usando uma cela electrificada onde, supostamente, ele ainda está hoje à espera de ser libertado. Provavelmente ainda não mencionei que o emprego anterior de L.Ron Hubbard era escritor de livros de ficção científica. Coincidência?

O E-Meter
A igreja de cientologia, sendo uma igreja extremamente avançada, recorre a alta tecnologia para as suas práticas correntes. O principal apetrecho que utilizam é um aparelho inventado por Hubbard que se chama "E-Meter". Com este aparelho é suposto se conseguir medir os Body Thetans das pessoas e apercebermo-nos das vidas passadas destas, se cometeram crimes, o estado de espírito, etc. A máquina é constituída por alguns botões e um ponteiro e por dois fios com duas latas na ponta. A máquina altamente complexa e tecnológica é basicamente um ohmímetro (para medir resistência eléctrica e comprado nas lojas dos chineses por menos de 5 euros uma versão digital bem mais fixe) e com os eléctrodos presos a duas latas (que um antigo membro diz serem latas de espargos vazias). A máquina é como uma versão dos antigos detectores de mentiras que mediam a resistência da pele para medir o nervosismo da pessoa. Mas estas ainda não mais rascas porque as latas são péssimas porque basta apertar um pouco mais e a superfície de contacto aumenta e a resistência da pele diminui alterando bastante os valores.

Celebridades
Várias celebridades americanas se renderam à cientologia e as mais conhecidas são Tom Cruise e John Travolta (imaginam o gajo de saturday night fever a acreditar em Lord Xenu?). Tom Cruise tem sido notícia por parece que está a perder aos poucos a sua sanidade publicamente fazendo comentários estrondosos dizendo mesmo que consegue curar qualquer drogado em poucos dias com cientologia e que as pessoas deviam todas largar a medicação psiquiátrica tal como anti depressivos. A Katie Holmes (esposa de Tom Cruise e altamente gira) também entra nestas andanças, supostamente. Mas eu estou mesmo a imaginar "Tom, querido, larga lá as latas de espargos e anda para a cama. Sim, eu sei, Lord Xenu e essas coisas. Toma, bebe isto.. ficas a dormir umas horitas e não chateias". Alguma coisa deve ele ter bebido quando fez uma incrível figura de parvo na Oprah.


Conclusão
A cientologia, para mim, é um montão de piadas engraçadas, mas há quem testemunhe na internet que o modo como alteram a vida das pessoas já levou à morte de algumas. Quando se entra na igreja as pessoas assinam um contrato que diz que renunciam a quaisquer tipos de tratamentos psiquiátricos futuros e que a igreja tem o direito de os ir buscar a qualquer tipo de internamento psiquiátrico para os levarem para as suas instalações onde as pessoas são submetidas ao seu próprio tratamento (que inclui isolamento em sítios fechados e outras coisas não aconselhaveis a alguns tipos de doenças mentais). Também existem informações acerca do modo como a igreja tenta desacreditar ou processar qualquer pessoa que dê informações sobre as práticas mais secretas da igreja ou de pessoas que a tentem difamar. Há mesmo muita informação sobre isto tudo na internet e quem quiser que a procure que eu já estou satisfeito:P

Links
Site oficial: http://www.scientology.org/
Site oficial português: http://www.cientologia-lisbon.org/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Scientology
Manuscrito de hubbard sobre Lord Xenu: http://www.cs.cmu.edu/~dst/OTIII/
Morte de uma seguidora: http://www.lisamcpherson.org/

Monday, August 21, 2006

A seita dos livritos - 3a Parte (O Final!)

O Tesouro

Passou algum tempo desde que comecei a descrição da minha viagem alucinante aos confins da cidade do Porto para a participação num evento do culto satânico dos BookCrossers. Um pormenor foi descurado no último post (de propósito), graças ao qual fui bombardeado com perguntas por milhentas pessoas (pronto.. ok.. uma pessoa). A pergunta era: "Mas o que raio era afinal o tesouro?". O tesouro consistia no conteúdo de uma pequena caixa de madeira. No momento de abrir, que pareceu uma eternidade, pude enumerar no meu pensamento várias soluções para esse enigma. "Será um ninho de vespas? Talvez um conjunto de lantejoulas tingidas a sangue de virgens asmáticas!? Ou um fantástico conjunto de asas de morcegos da fruta cosidas com linha de seda de aranhas venezuelanas.". Quando é aberto descobrimos que na realidade são vários pins de bookcrossing e moedas de chocolate. Para além disso trazem também um saco cheio de livros dos melhorezitos para quem quiser levar. Fico um pouco desiludido com a falta de prémios asquerosos e repugnantes mas vou afogando a mágoa com moedas de chocolate.

O Repasto dos Demónios

Na mesma noite do pic-nic, combinamos um jantar com os resistentes ao evento e que quiseram partilhar um pouco mais a companhia entre os membros da seita. Já num restaurante estamos todos bem servidos... todos? Não! Existe alguém que não é servido ao mesmo tempo que os restantes. Sim, adivinharam. Euzinho! Claro que a minha comida tinha de demorar mais tempo. Não estivessem eles a preparar-me um manjar altamente envenenado. Eu topo-os à légua. Mas a fome estava a apertar, e o peixe grelhado demorava a chegar. Quando chegou decidi fingir que comia e esconderia as garfadas dentro da roupa. Meto a primeira garfada na boca e mastigo e penso "Este peixe está mesmo bom... a leveza com que se mastiga, o ligeiro sabor de grelhado misturado com um pequeno travo a sal... GLUP.... AHHHHH ENGOLI!!!! ESTÚPIDO!!!!! VAIS MORRER!!!!!!" e logo de seguida coloco outra garfada na boca e penso "MEU DEUS!!!!!... VENENO!!!!.... hmmmm esta garfada também é boa. Um pouco de batata ao mesmo tempo que o peixe fica realmente delicioso. O azeite é realmente de qualidade. GLUP!!! ARGHHH.... OUTRA VEZ!!!!! ENGOLISTE!!! COSPE .. COSPE....". Entretanto desliguei a vozinha irritante que dizia para cuspir e deixei ligada a que me descrevia o quão bom estava aquele peixe. Claro que, na realidade, estas vozes não se estavam a passar apenas na minha cabeça mas estava eu próprio a pronuncia-las em voz alta, com aspecto lunático, e com a boca cheia de comida o que dava um aspecto meio javardão à demência. Digamos que não fui o único a agradecer que o espectáculo acabasse.

Bares e Senhor dos Aneis

A seguir ao grande manjar seguem-se os bares. Começamos por um barzinho bem agradável perto do local da janta. Neste existiam dois bolos grandes fatiados os quais a seita se preparava para abocanhar. Um cheesecake e um bolo de chocolate. De seguida, enquanto nos deliciávamos com os bolos, decidimos prosseguir com um debate contemporâneo e realmente tão inolvidável como incontornável: "Seria a empregada realmente uma mulher ou um homem". Chegámos à conclusão que ninguém queria saber (e provavelmente que ninguém o saberia dizer). Eu peço uma bebida que nunca chega e já tenho bolo e peixe e veneno a boiar no meu estômago e nada para os "regar". Mas logo seguimos daquele bar para outro prosseguindo para a zona da ribeira. Estacionamos e caminhamos e vamos a uma caixa multibanco. Somos de seguida abordados por uma personagem do senhor dos anéis. Uma mulher com um aspecto alucinado, que parecia estar vestida de pijama, e que estava realmente empenhada em pedir a toda a gente que passava dinheiro para uma sopa. Confesso que ao colocar a questão da maneira que coloquei, dá-me também vontade de me espancar por ser pouco sensível aos problemas dos sem-abrigo e pessoas com necessidade de comida. Mas alguém teve pena dos orcs no senhor dos anéis? E se eles pedissem uma sopinha? "Senhor Frodo. Estava a pensar no seguinte. O senhor pagava-me uma sopinha e deixávamos por agora esta parte de eu o tentar matar com a minha espada enferrujada e continuávamos de seguida? Pode ser?". É que isto realmente com orcs educados é outra coisa. Qualquer das formas a pessoa em questão parecia mais uma daquelas que snifa ents em pó mais propriamente do que necessitada de sopinha.De seguida chegámos realmente aos bares e a minha esperança que a seita fizesse algo abominável começava-se a dissipar e começava a desconfiar que aquilo não passava realmente de um encontro de gente pacata pouco dada a violência e nem mesmo a piores coisas como conversas secantes sobre livros sem piada. No entanto podia ser uma altura pior para chegar a essa conclusão visto eu estar a beber uma vulgarmente chamada "bejeca".

A Viagem de Regresso

Depois de uma noite bem dormida (num quarto com 4 raparigas) na casa da nossa simpática anfitriã, e depois de bem almoçados, lá seguimos o caminho de regresso a Lisboa. A ideia seria passar por Aveiro para ir uma horita à praia e dar um mergulho. Mas eis que somos realmente confrontados com o terrível poder da seita dos livritos. Por mais que tentássemos ir para a estrada que nos levava a Aveiro, virávamos sempre para estradas que nos levavam de volta ao Porto, chegando mesmo a passar outra vez (incontornavelmente) a ponte de volta ao Porto. Só passado 1 hora e meia conseguimos sair de Gaia e fugir das estradas que nos levavam ao Porto. O poder era imenso e a seita dos livritos quase se apoderou de nós. Fiquei na duvida se seria tanto o poder deles ou o facto de serem as mulheres a ver o mapa (já que eu, o único homem, estava a conduzir). Mas no final levámos a nossa avante. E já de volta a Lisboa, depois de toda a aventura, lembrava-me do bom tempo passado, das boas memórias e do quanto tinha sido agradável... dormir num quarto com tanta rapariga em pijama:P (hihihihihihhihihih).

Thursday, August 03, 2006

A seita dos livritos - 2a Parte (A caça ao tesouro)


Ficámos, na nossa ultima aventura, na parte em que eu e o resto da seita dos livritos íamos começar uma actividade chamada por eles "Caça ao tesouro". Supostamente consistia na divisão dos intervenientes em dois grupos tendo cada grupo como objectivo seguir pistas que estavam escondidas pelo parque com o objectivo de encontrar um tesouro. Era claro como água. O objectivo era de certeza, finalmente, "fazer-me a folha", visto que o fazer-me perder pelo parque não funcionou. As pistas haviam de me levar para um local recôndito algures no parque, de modo a me fazerem perder os sentidos com algum tipo de dardo envenenado (ou me obrigando a cheirar meias não lavadas há 1 mês) e me arrastarem para alguma gruta de rituais satânicos (ou de reuniões de herba life o que é bastante pior).
Depois dos grupos divididos lá começámos a nossa demanda, estando eu sempre atento aos mais ínfimos gestos dos meus "parceiros" de aventura. A primeira pista estava mesmo ao virar da esquina sob um candeeiro, no meio de uma moita. Decidi que seria eu o primeiro a apanhar a pista para ter a certeza que esta não seria manipulada. Mal sabia que esta estava armadilhada por um arbusto de espinhos. Um espinho penetra a epiderme da minha mão e a dor é insuportável. A minha vida passa-me diante dos olhos (na realidade eram duas raparigas jeitosas com trajes menores que iam para a praia) e espero apenas o momento do veneno desta armadilha mortal atingir o meu coração e me ceifar qualquer esperança de vida. O resto do grupo lia a pista como se nada se passasse e eu mal conseguia pronunciar uma palavra para gritar por socorro para ser salvo das garras de tal satânica pandilha. Entretanto o grupo põe-se a caminho e sigo-os mais atento do que antes (realmente era só uma porcaria de um espinho insignificante... mas vocês no meio da emoção também teriam chorado como meninas de 5 anos de caracolinhos dourados como eu chorei... o espinho era pequeno.. eu sei.. mas sei lá.. sentia-me frágil).A pista seguinte mencionava ruínas com fontes. À beira do lago encontrámos umas ruínas com duas fontes que jorravam água. Sinto algo de inquietante. Olho para as ruínas e sinto quase como se já ali tivesse estado numa vida passada. Será que estive ali noutra vida? Será que noutra vida terei feito parte daquele lugar tão manchado pelo mal? Será que a forte sensação que me assolava e me assombrava eram as vozes do passado a reclamarem finalmente justiça? Não.. na realidade eram apenas gases devido a algo que comi. Mas podiam bem ser vozes do passado, porque eu sei que isso às vezes acontece... a sério!!
A próxima pista mencionava uma caixa verde à beira do lago. Desta vez fui mais esperto. Sugeri que nos separássemos em dois grupos para procurar em ambas as margens do lago (dividir para conquistar... ou para ter coisas mais pequenas... sei lá.. dividir dá para um monte de coisas). Percorri a margem esquerda com mais 2 membros satânicos e contornámos os patos e gansos ali existentes. Existia um clima de tensão com os animais. Notava algo de diferente neles. Cheguei à conclusão que existia uma forte possibilidade de serem na realidade os anteriores participantes dos pic-nics satânicos da seita dos livritos, agora transformados e condenados a viverem como animais de lago. Ou então os concorrentes não escolhidos do casting para os actores dos morangos com açúcar. As possibilidades eram infinitas e o medo inundava-me cada vez mais. Até que do outro lado do lago o outro grupo encontrou a próxima pista.A próxima pista levava-nos a uma fonte seca. Eu conhecia-a. Passei por ela quando andei perdido pelo parque. Era o momento que esperava. O momento em que eu tinha vantagem sobre os restantes. O tesouro seria meu e de mais ninguém. Claro que depois fui e contei o que sabia e ficaram a saber tanto como eu (reflexo de quem fala pelos cotovelos). Podia ser dono do mundo neste momento... com gases na mesma, mas dono do mundo. Quando somos donos do mundo os gases não devem importar. Mas nãoooo .. tinha de ser "chibo" e contar acerca da fonte e dar a oportunidade de os restantes acederem às riquezas do tesouro.
Lá encontrámos a fonte e a pista foi descoberta. Seria esta a pista que quase me custou a vida (ou pelo menos a hidratação do corpo). A pista estava feita de modo a iludir-nos, e fomos levados a crer que o tesouro se encontrava na ponta oposta do parque. A parte do parque onde andei perdido, sem árvores, ao sol. Devíamos chegar a um miradouro com arcadas, olhar em volta e encontrar árvores abraçadas. Encontrámos tal cenário e árvores abraçadas a troncos não faltavam. Tínhamos de encontrar um fruto na boca da árvore (a boca seria provavelmente perto da raiz visto que é por onde as árvores comem). Do meio do mato ouviam-se vozes dos membros da equipa a questionarem se era aquele o fruto que era suposto encontrarem "Encontrei!! Encontrei uma sapatilha velha!!!". Depois de muito lixo remexermos descobrimos que à nossa volta se encontravam mais 3 miradouros com arcos, e dezenas ou centenas de árvores abraçadas. Seria aquele o nosso propósito na terra? Vasculhar centenas de árvores por um fruto por entre o lixo? Não sei... mas tava calor e pisgámo-nos para o pic-nic e deixámos essas demandas para quem gostasse de sofrer. Já no pic-nic fomos "apresentados" à solução da ultima pista que não tinha nada a ver, e lá encontrámos o tesouro por entre um misto de frustração e de sede. Na minha mente viviam dois pensamentos.... "vocês ganharam esta batalha... mas a guerra está ainda a começar!!" e "Onde estavam mesmo os croquetes? Vão saber mesmo bem com esta coca-cola!".
(Continua no próximo post!)

Wednesday, August 02, 2006

A seita dos livritos - 1a Parte

Não sei quantos de vós sofreis da síndroma do "arrastado pela namorada". Elas querem ir muito a um sítio, nós não. Elas dizem que não precisamos de ir, nós descodificamos isso para "não vás que eu depois conto-te uma história". E depois elas fazem os olhinhos húmidos de cachorrinho, em que os olhos ficam a ocupar 1 terço da cara, e ouvem-se subtilmente as pálpebras a piscar "pisc pisc". Foi assim que fui levado a uma aventura. Juntar-me à seita dos livritos (pessoal do bookcrossing.com português) num pic-nic no parque da cidade do Porto.
Antes tive de me preparar. "Uma seita de pessoal que lê que se farta. Deve ser tudo 'geeks'. Deixa-me ir a condizer". Preparei as minhas vestes dignas de um guerreiro jedi (ou um frade eunuco) e enchi a mala do carro com espadas laser de plástico (nunca são demasiadas). Pensei em levar galinhas pretas não fosse haver algum ritual satânico, mas tinham acabado. Entretanto, sendo suposto levar comida, preparei com a minha namorada uma massa de pastéis vegetarianos. Meti demasiada salsa e ficou uma bela trampa. Além disso pensei melhor, e provavelmente o resto do pessoal iria levar comida de canibal, digna de uma verdadeira seita. Achei que pastéis vegetarianos iriam ficar mal com rissóis de miolos de criancinhas, e canapés de lóbulos de orelhas de chineses.
No grande dia pegámos em mais 3 raparigas da dita seita e lá começámos a viagem. Lá chegámos ao parque da cidade (sem grandes atribulações o que é para admirar) e em pouco tempo estávamos junto ao grupo. Ainda bem que tinha deixado as espadas e as vestes no carro. Parece que estava tudo disfarçado de pessoas normais e assim não destoei. Claro que mais tarde ou mais cedo iriam mostrar as suas verdadeiras identidades (provavelmente quando o parque estivesse mais cheio de pessoas para atormentar e massacrar) e nesse momento o arsenal guardado no carro ia ser proveitoso (junto com os inúmeros animais que atropelámos pelo caminho e que guardei para qualquer eventualidade).
Entretanto senti um peso em mim, um mau estar psicológico, um distúrbio na "força"... e fui procurar uma casa de banho. "Ainda tens de andar um bocado. Mas se fores por aquele caminho chegas a um café que tem uma casa de banho por baixo". Claro que no caminho perguntei a dois seguranças e disseram-me que era preciso pedir a chave. Mas se não quisesse havia outra casa de banho no final do caminho. Eu já estava a topar. A seita tinha-me enviado para o café, era preciso chave, era na parte de baixo do café. Era de certeza uma câmara de tortura. Queriam que eu fosse torturado. Eu até nem dizia que não. Mas, primeiro, queria mudar a água às azeitonas, e segundo, pelo que consta, as torturas costumam doer e aí já não me apetecia tanto (era mais por estar cansado da viagem). Decidi então seguir caminho para o WC indicado pelos seguranças. Para resumir a história, não encontrei nenhum WC, acabei a fazer numa bomba de gasolina fora do parque, e depois ainda me perdi por um lado do parque que não constava no mapa, (que eu nem tinha trazido comigo). Depois de um bom tempo perdido ao sol pelo parque, lá encontrei o caminho de volta. Estava tudo a comer e a fingir que não sabiam. Eu entrei no jogo. Confesso que me sentia bem entre pessoas com o mesmo nível de maldade que eu tenho. Começo a comer. Confesso que aqueles croquetes pareciam mesmo de vaca e não de crianças venezuelanas. Mas não me enganavam.Depois de alguma conversa, e de alguns livros trocados (tudo fachada) começa então a "caça ao tesouro". (Continua num próximo post brevemente)