Este sábado tivemos a visita de um mítico dinossauro da música chamado George Michael (Jorge Miguel para os amigos) na estudantil cidade de Coimbra. Fã como é a minha moçoila, tive mesmo de a levar e ainda por cima ir com ela. Facto é que desde que Jorge Miguel assumiu que gosta é mesmo de homens (e não esconde também que gosta é deles em locais públicos badalhocos como casas de banho e parques à noite) os membros do sexo masculino que gostam realmente deste cantor diminuíram drasticamente. De qualquer das formas nenhum de nós se sente assim tão ameaçado por elas gostarem tanto dele, e até agradecemos que seja aquele e não um seboso qualquer com tendências estranhas tais como ... heterossexualidade. Mas lá estavam montes de homens na plateia, preparados para receber a vedeta. Mas as piadas homofóbicas soavam por todo o lado, o que provava a minha teoria de que, realmente, os homens estavam todos ali por arrasto. Pronto, confesso que as piadas fui eu que as contei, mas eu vi-os todos a rir!
O ambiente era porreiro, a malta sentada pelo chão à espera, tudo a emborcar as bejecas, o maravilhoso cheiro a "flores" do costume (ou a erva.. era algo assim), e um enorme preservativo a proteger a relvita daqueles vândalos todos. Enquanto o pessoal esperava pelo Jorge Miguel, toda a gente aderiu a fazer a famosa "onda". Confesso que aderiu tanta gente que cheguei a pensar inventar algum processo ou mecanismo de reunir e aproveitar toda aquela energia para algo mais útil... estilo... carregar o meu telemóvel, ou recarregar o relógio do Jorge Miguel. É que, embora em todos os concertos existam sempre atrasos abismais, o rapazito é inglês, e como tal devia chegar a horas. Mas pronto... realmente foi só meia horita. Deve ter encontrado algum técnico de som jeitoso pelo caminho.
Entretanto lá começa o espectáculo e, realmente, foi pujante. Gastei 40 euros para ver o "senhor, com orientações sexuais alternativas à corrente maioritária e representante da classe artística homossexual britânica e mesmo mundial", e realmente ele e os seus "homens" estiveram à altura. Um palco com 4 ecrãs laterais e um ecrã central de um tamanho inacreditável e que ainda descia pelo palco até ao chão. O rapazito até dançava em cima daquilo. Claro que o mundo não era assim tão perfeito e esse ecrã tinha uns 5 píxeis estragados, mas isso só estraga o show a um informático.
Entretanto lá pelo meio ouvimos o rapazito pedir desculpa "Peço desculpa pela minha tão longa ausência..." e eu pensei "Epa, pronto. Também não é preciso exagerar. Foi só meia horita de atraso do concerto.". Mas afinal ele pretendia se desculpar da sua ausência das tournées. Supostamente já não as fazia há 15 anos. Pena que ele se esqueceu que nunca cá pôs os pés em Portugal, e que mais valia desculpar-se disso.
Um grande momento da noite foi também quando somos presenteados com um verdadeiro momento cultural ao se insuflar uma enorme caricatura de George Bush no palco. Pela foto do lado direito podem ver que realmente era enorme. Quando termina de encher, Jorge Miguel, habituado que está a fazê-lo a outros, tira o cinto das calças de Bush, abrindo-se a braguilha destas para saltar para fora um grande... Buldog insuflável! Este, que ao se insuflar, abana o rabo e mantém-se numa ousada posição de felácio. Resta o pormenor do buldog vestir a bandeira inglesa, o que torna a cena bastante sugestiva.
Depois de já nos sentirmos bastante integrados na realidade daquele grande músico ele lá acabou o espectáculo para dar aquele tempito usual de deixar os fãs suplicarem pelo "encore". Nesse momento, a verdadeira massa humana que estava no estádio grita em uníssono "Jorge! Jorge!" da maneira mais Tuga possível. O rapazito lá volta e canta "Careless Whisper" e "Freedom", musicas que até eu conheço.
Confesso que senti que o espectáculo foi realmente grandioso, e que estiveram à altura dos 40 euros que me doeram tanto a dar. E o resto são cantigas. Cada um senta-se onde gosta...