Tuesday, May 29, 2007

Daqui a 5 anos II - Eu tenho a pila mais pequena...

Enquanto o pessoal se decide a responder à minha pergunta vou continuar a falar do tema.
Quero falar do que nos move em termos de carreira. O que nos faz mudar. Quando nos oferecem um novo emprego, o que nos motiva em ir para um emprego "melhor"? A própria definição de "emprego melhor" condiciona essas opções. De uma forma geral.. DINHEIRO! Por várias razões o dinheiro é sempre a maior motivação.

- Querida cheguei! Hoje fui promovido!! Subi na empresa!
- A sério!? E quanto ganhas mais?
- Uma batelada. Já agora. Vou apanhar porrada todos os dias e ser chicoteado e vou ter de comer fezes à sexta-feira...
- Uma batelada!?! Óptimo!!!! Estou tão orgulhosa!

Agora... o interessante é perceber porque o dinheiro nos motiva tanto. Existem diversas razões, como segurança, conforto, etc. Mas para mim uma das razões principais é a síndroma d'"A minha pila é maior do que a tua!". As pessoas vão a nossa casa "Que tal a minha nova TV de 5 metros, ecrã plano, alta definição e com possibilidade de fazer gaspacho?". Isto é válido para carros, computadores, máquinas de lavar roupa e até mesmo válido para esposas boazudas. O nosso "valor" não é nada se não for comparado ao dos outros.
Outra grande razão, directamente ligada com a primeira, é a noção que a rota para a felicidade é a acumulação de riqueza. Não se enganem... se eu fosse rico era feliz. Mas não sendo, a tentativa de lá chegar vai toldar-me a busca pela felicidade. Não consigo acreditar que a felicidade de todos nós esteja no facto de sermos ricos. Algumas pessoas sim, sem dúvida, mas todos?
A busca pela riqueza é feita, geralmente, através do emprego. Atingir bons níveis de remuneração geralmente em troca de trabalho que não nos dá o mínimo de prazer. E também através de biscates que geralmente nos tiram bastante tempo livre. Estamos a falar de mais de 1 terço do nosso dia. Considerando que noutro terço estamos a ir ou a vir do trabalho, a comer, a mijar, a descansar... e que noutro estamos a dormir... o tempo que nos sobra para fazer algo que nos faz sentir realizados é ínfimo. Tão bom que seria se no outro terço, o do trabalho, conseguíssemos ter boa parte da nossa realização pessoal!
O modo como acho que se deve virar a mesa eu digo no próximo POST. Mas para já respondam ao meu POST anterior e entretanto gritem comigo:

"EU TENHO A PILA MAIS PEQUENA!!! PODEMOS PASSAR AO QUE INTERESSA??"

Friday, May 25, 2007

Daqui a 5 anos...

Desafio-vos todos a comentarem este post dizendo o que gostavam de estar a fazer profissionalmente daqui a 5 anos, e onde. Não vale dizer que é de papo para o ar na praia. Se não tivessem de se preocupar com o facto de dar pouco dinheiro e terem uma casa para pagar, o que sonhavam fazer profissionalmente que vos desse alegria de gastar 1 terço dos vossos dias a trabalhar! Quero ler o entusiasmo nas vossas palavras e os pormenores mais insignificantes:) Em breve farei um post com as minhas aspirações.

Tuesday, May 15, 2007

Transportes Públicos

Começo por contar uma história. Há uns tempitos atrás, no meu auge de desportista, parti o meu pezito no meio de um treino, de uma forma bem ridícula. Estávamos a jogar à rabia (visto que no dia seguinte tínhamos um torneio e não nos queríamos aleijar) quando eu saltei para apanhar a bolita (pequenita e amarela) e esqueci-me de colocar o pé direito quando aterrei. Resultado: pé partido e gesso até ao joelho. O engraçado e divertido de partir um pé, é quando começamos a andar de muletas. Tinha duas que tiveram de ser rapidamente almofadadas, visto me chacinarem as mãos com dores. A adaptação ao meu novo "veículo" foi rápida e posso afirmar que, passado algum tempo, eu andava mais rápido do que antes sem muletas. Não sei se viram a guerra das estrelas, mas lembram-se que o Yoda tinha bengala e era alto ninja. Imaginem eu com duas.
O engraçado das muletas é o viajar de transportes públicos. Imaginem eu a sair de casa e a deslocar-me a uma velocidade estonteante até à paragem, dar 2 ou 3 mortais pelo caminho e umas quantas piruetas. Mas quando entramos no autocarro a coisa muda. Subimos cada degrau lentamente e soltamos gritos de dores dilacerantes a cada passo... "Que sorte a minha. Tão novo. O estilhaço.. senhores... o estilhaço.". Cinco segundos depois levanta-se a velhinha para nos dar o lugar e lá vamos nós sentaditos confortáveis até ao final da nossa viagem.
Mas nem sempre temos muletas e realmente poucas vezes tinha lugar sentado no autocarro. Temos lugares para deficientes, idosos, grávidas e pessoas com crianças ao colo. Quando estamos sentados num desses passamos o tempo a suar à espera que apareça algum desses mencionados. Existem vários cenários.
Entra a mãezita com a criancita ao colo, e pensamos "Raisparta! Vou ter de me levantar. Eu com aquela idade ía em pé. Estas pessoas não têm respeito!". Nisto rezamos e rezamos "Deus meu... eu que nunca te pedi nada.. dá lá um jeitinho", quando HHHHHIIIIIIIIIIIIII... o autocarro faz uma travagem brusca e TRAU, sai a criancinha dos braços da mulher para se estatelar no vidro da frente. "Tenho muita pena minha senhora mas já não tem criança ao colo. Temos pena.".
Aos deficientes é dificil dizer que não e ficamos sempre com alguma inveja. Eu bem que tento ter o estatuto mas é sempre dificil... "Ai meu deus.... esta afta está-me a matar.. minha senhora... dá-me lugar? Não? Mas.. mas... aiii e a unha encravada no mindinho.. aiii a dor a dor. Não?". Nessas alturas tento a arma secreta. Coloco a mão por dentro da camisola e começo a esticá-la para fora enquanto grito... "ARGHHHHH ... UM ALIEN.. ARGHHHH! UM LUGARRRR POR FAVOR!! Não? Oh. Vou lá para trás PASSAR A VIAGEM EM PÉ!".
Pessoas idosas. Não há maneira de contornar nem maneira de tentar obter estatuto. Entra idosa, damos lugar e calamos. Existe uma pequena excepção. Pessoas idosas que têm o trauma de serem idosas. Especialmente se estiverem presentes mais que uma... é perfeito. "Concerteza minhas senhoras. Dou o lugar à senhora mais idosa!". Bem podemos continuar sentados.
Mas giro é quando entra uma mulher bem gorda. Ficamos naquela "Caneco. Estará grávida ou come como o caraças? Argh... o que faço?". Está ela à nossa frente e temos de saber se damos lugar. Se estiver grávida é mesmo mesmo muito mau não dar lugar. Mas e se for apenas gorda e dermos lugar porque pensamos que tá grávida? Até se deve sentar em cima de nós pelo insulto!
Depois há as pessoas que (geralmente no comboio ou nas camionetas) adormecem e acordam já em casa. É giro como geralmente acordam no momento certo. Mas até lá temos um festival. Eu próprio tinha alguns. Ou deitava a cabeça no ombro do gajo do lado. Ou tinha aqueles acordares repentinos e espetava um pontapé na canela da pessoa da frente. Mas o melhor (e este não era eu a dormir) foi um senhor que ia na camioneta a dormir e depois de uma curva cai mesmo de cara no chão PAH!!!!! Levanta-se, senta-se com cara ensonada e toda branca na parte que bateu no chão a esfregá-la e a preparar o próximo round de soneca. Claro que não tirei mais os olhos daquela direcção.
Outra coisa engraçada nos transportes públicos é a configuração com que as pessoas se sentam. Podemos quase criar uma fórmula. Especialmente no metro. A primeira pessoa senta-se à janela, enquanto a seguinte se senta nas cadeiras opostas mas do lado de fora (para não ficar de frente para a outra nem ao lado dela). Depois a próxima fica no lado de fora também (porque depois quando quiser sair tem de pedir licença às pessoas e vai dar um trabalhão) e só no final atira-se alguém para a cadeira de dentro que fica mais ou menos à janela mas não tão bem (e vai a correr porque essas são as ultimas). Existem sempre as excepções: "gaija" boa (ficamos em frente), "gaija" feia (não interessa), "gaija" memo memo feia estilo senhor dos anéis (ficamos na carruagem seguinte), "gaija" memo memo feia estilo senhor dos anéis que nos fez olhinhos na paragem (fingimos olhar para o relógio e apanhamos o seguinte).

Monday, May 14, 2007

Jorge Miguel, estás aperdoado!

Este sábado tivemos a visita de um mítico dinossauro da música chamado George Michael (Jorge Miguel para os amigos) na estudantil cidade de Coimbra. Fã como é a minha moçoila, tive mesmo de a levar e ainda por cima ir com ela. Facto é que desde que Jorge Miguel assumiu que gosta é mesmo de homens (e não esconde também que gosta é deles em locais públicos badalhocos como casas de banho e parques à noite) os membros do sexo masculino que gostam realmente deste cantor diminuíram drasticamente. De qualquer das formas nenhum de nós se sente assim tão ameaçado por elas gostarem tanto dele, e até agradecemos que seja aquele e não um seboso qualquer com tendências estranhas tais como ... heterossexualidade. Mas lá estavam montes de homens na plateia, preparados para receber a vedeta. Mas as piadas homofóbicas soavam por todo o lado, o que provava a minha teoria de que, realmente, os homens estavam todos ali por arrasto. Pronto, confesso que as piadas fui eu que as contei, mas eu vi-os todos a rir!
O ambiente era porreiro, a malta sentada pelo chão à espera, tudo a emborcar as bejecas, o maravilhoso cheiro a "flores" do costume (ou a erva.. era algo assim), e um enorme preservativo a proteger a relvita daqueles vândalos todos. Enquanto o pessoal esperava pelo Jorge Miguel, toda a gente aderiu a fazer a famosa "onda". Confesso que aderiu tanta gente que cheguei a pensar inventar algum processo ou mecanismo de reunir e aproveitar toda aquela energia para algo mais útil... estilo... carregar o meu telemóvel, ou recarregar o relógio do Jorge Miguel. É que, embora em todos os concertos existam sempre atrasos abismais, o rapazito é inglês, e como tal devia chegar a horas. Mas pronto... realmente foi só meia horita. Deve ter encontrado algum técnico de som jeitoso pelo caminho.
Entretanto lá começa o espectáculo e, realmente, foi pujante. Gastei 40 euros para ver o "senhor, com orientações sexuais alternativas à corrente maioritária e representante da classe artística homossexual britânica e mesmo mundial", e realmente ele e os seus "homens" estiveram à altura. Um palco com 4 ecrãs laterais e um ecrã central de um tamanho inacreditável e que ainda descia pelo palco até ao chão. O rapazito até dançava em cima daquilo. Claro que o mundo não era assim tão perfeito e esse ecrã tinha uns 5 píxeis estragados, mas isso só estraga o show a um informático.
Entretanto lá pelo meio ouvimos o rapazito pedir desculpa "Peço desculpa pela minha tão longa ausência..." e eu pensei "Epa, pronto. Também não é preciso exagerar. Foi só meia horita de atraso do concerto.". Mas afinal ele pretendia se desculpar da sua ausência das tournées. Supostamente já não as fazia há 15 anos. Pena que ele se esqueceu que nunca cá pôs os pés em Portugal, e que mais valia desculpar-se disso.
Um grande momento da noite foi também quando somos presenteados com um verdadeiro momento cultural ao se insuflar uma enorme caricatura de George Bush no palco. Pela foto do lado direito podem ver que realmente era enorme. Quando termina de encher, Jorge Miguel, habituado que está a fazê-lo a outros, tira o cinto das calças de Bush, abrindo-se a braguilha destas para saltar para fora um grande... Buldog insuflável! Este, que ao se insuflar, abana o rabo e mantém-se numa ousada posição de felácio. Resta o pormenor do buldog vestir a bandeira inglesa, o que torna a cena bastante sugestiva.
Depois de já nos sentirmos bastante integrados na realidade daquele grande músico ele lá acabou o espectáculo para dar aquele tempito usual de deixar os fãs suplicarem pelo "encore". Nesse momento, a verdadeira massa humana que estava no estádio grita em uníssono "Jorge! Jorge!" da maneira mais Tuga possível. O rapazito lá volta e canta "Careless Whisper" e "Freedom", musicas que até eu conheço.
Confesso que senti que o espectáculo foi realmente grandioso, e que estiveram à altura dos 40 euros que me doeram tanto a dar. E o resto são cantigas. Cada um senta-se onde gosta...


Monday, May 07, 2007

Uma procrastinação, duas procrastinações...

Quantos de vocês conhece a história do Hulk? O homenzito que apanha com uma batelada de raios gama e passa a ter o "pequenito" problema de, quando está um bocado mais stressadito, se transformar num gigante verde e com desejo de destruir tudo o que o rodeia. Faz parte de uma geração de super-heróis de banda desenhada que nascem com algum poder "Cool" que é de efeito constante ou accionado por algum acontecimento ou acção especial. Todos nós nascemos com algum super-poder especial, sendo que eu (e mais pessoas que conheço) nasci com o super-poder da procrastinação. Confesso que com ele não veio o poder de conseguir dizer a palavra sem 3 ou 4 tentativas.
O super-poder da Procrastinação consiste em adiar algumas tarefas que temos pendentes na nossa vida. É preciso alguma mestria para o fazer porque algumas tarefas são bastante básicas e fáceis de resolver, e como tal é necessário que tenhamos a mestria de arranjamos boas desculpas para os outros e para nós próprios para o conseguir fazer. Este super-poder é activado por stress. Se temos algum stress acumulado custa-nos lidar com algumas responsabilidades e como tal "arrasta-se" a resolução de muitas tarefas pendentes.
Jovem! Se és Procrastinador como eu e como outros tantos, junta-te a nós. Arranja um fato de super-herói e anda "não" resolver os problemas desta cidade! Ou então, podes sempre seguir este link: http://www.stevepavlina.com/blog/2007/05/33-rules-to-boost-your-productivity/ com algumas dicas de como vencer a Procrastinação (fornecido por um grande amigo sendo também um grande procrastinador e, na realidade, o grande pioneiro no estudo deste super-poder).
Resta-me agora arranjar um nome. "The Procrastinator" cheira-me que já deve ter sido usado. E daí...

Wednesday, May 02, 2007

Coisas que nunca vamos saber...

Quantas vezes vos aconteceu? Estão a fazer qualquer coisa e pensam "Se eu tivesse feito de outra maneira tinha sido pior".
É engraçado o conceito visto que se podia ser pior é porque acabou de ser mau... mas de outra forma seria pior.
Mas o mais engraçado é que a maior parte das vezes não podemos ter a certeza se seria pior. Ou se seria mais rapido. Ou se seria melhor.
Faz-me lembrar quando tomava a vacina para a gripe. Apanhava uma gripe brutal, mas depois ouvia "Estás a ver? Ainda bem que tomaste a vacina senão seria pior.". No meio de criar mais um saquito de ranho com um lenço, penso "Mas que raio!? Como é que eu sei que seria pior? E porque raio tenho eu uma gripe se estou vacinado!?".
Esta ideia também se aplica à ideia comum do "com jeito vai". Quantas vezes vos aconteceu vos pedirem para abrir um frasquinho cuja tampa parece que foi soldada de tanta força que vocês fazem para tentar abrir, e quando já estão no limite da vossa força aparece alguém que diz "Dá cá! Eu abro. É preciso é jeitinho. [POP!]. Tás a ver?". E vocês pensam "Jeitinho o caraças!!!! Eu já tinha feito a força toda!!!". Nunca saberão se foi de já terem feito força ou se foi mesmo jeitinho que os nossos paizinhos não adicionaram à lista de extras quando nos compraram. Quando penso que gostaria de ter uma máquina do tempo, não é pela curiosidade de como será o futuro, não é pela ganancia de ir ver quais os resultados do totoloto para voltar atrás e ficar rico... É mesmo só para saber se o gajo conseguia abrir o raio do frasco sem eu ter feito força antes!!!