Isto já se passou há umas semanas, mas achei que devia colocar nesta série de posts para ficar para a posteridade.
Após uma entrevista por Skype, que correu de uma forma positiva para ambas as partes (eu sabia que todos aqueles anos de strip à frente da webcam me ajudariam a desinibir numa altura destas), seguiu-se o acordo de ter uma entrevista presencial em Londres o mais rapidamente possível. Eu procurei voos o mais barato possível mas o mais próximos possível para mostrar que o meu interesse era genuíno e que estava empenhado em fazer aquele recrutamento acontecer.
Procurei diversos voos até que decidi fazer o esforço de ir apanhar o voo no Porto pela Ryanair, que é a companhia com os preços de voo mais competitivos do mercado. A viagem ficaria no total, voo + camioneta até ao Porto, por cerca de 140 euros.
Mais próximo do dia, após ter já as passagens pagas, tanto do voo como da camioneta, reparei que tinha comprado o voo de volta para 2 meses depois. Com a azáfama de procurar voos baratos o mais rapidamente possível, fez-me enganar-me à grande. Resultado, tive de comprar outra viagem só de volta para o Domingo (eu ía numa sexta e não podia ficar mais do que esse fim-de-semana porque tinha de voltar ao trabalho na segunda-feira). Ou seja, paguei mais 250 euros só para poder voltar (desta vez directamente para Lisboa), que é aproximadamente o preço que pagaria para ter comprado um bilhete de ida e volta a partir de Lisboa sem ter de ir ao Porto e sem ter de comprar bilhete de camioneta (o qual, a volta, ficaria também sem uso visto o voo de volta ser directo para Lisboa).
Chegado o dia da viagem, faço a viagem de camioneta até ao Porto durante a noite, chegando lá às 4:30 da manhã, para apanhar o voo às 6:30. Mas ainda faltava chegar ao Aeroporto.
Habituado que estou a que apanho um taxi facilmente para o aeroporto em qualquer sitio de Lisboa, tentei a mesma proeza no Porto. Como resultado paguei 25 euros por uma viagem enorme.
A viagem que pensava custar-me 140 euros, já me estava a custar 415 euros. Eu já só pensava que era bom que me dessem o emprego!
Quando chego ao aeroporto, vou directo ao balcão da Ryanair só para me certificar que pelo menos o meu voo estava confirmado e tudo em ordem. Sou então avisado que o voo tinha sido atrasado das 6:30 da manhã para as 13:15 da tarde (que é uma hora interessantissima para quem tem uma entrevista de emprego nesse mesmo dia às 14 horas em Londres). A imagem seguinte deste filme é a de um homem adulto, careca, vestido de fato, a dormir num banco do aeroporto a usar umas calças de ganga como almofada. Só faltava mesmo pedir dinheiro.
Mas não foi preciso, porque no dia a seguir a Ryanair, além de confirmar que o meu voo era realmente a essa brilhante hora, deram-me um voucher de 5 euros para comer um pequeno-almoço. A minha alma tuga deu 3 saltos mortais dentro da minha cabeça ao pensar "esquece lá os problemas todos que houve.. tens 5 euros para gastar! Tás rico!".
Depois de comer o meu repasto e esperar mais varias horas secantes pelo meu voo, lá embarquei... para ficar novamente à espera cerca de 1 hora dentro do avião, porque não tinha plano de voo que tinha de vir de Dublin.
Quando chegados a Londres o avião fica mais um bom tempinho na pista à espera porque a groundforce não estava à nossa espera.
Por emails já tinha confirmado com a empresa que o universo não queria que eu fizesse a entrevista naquela sexta-feira e que se calhar era melhor não abusar da sorte ou ainda viria um tornado, inundação e ataque de extra-terrestres para me atrasar mais um pouco (os extra-terrestres até são porreiros e tal mas têm esta mania de chatear o pessoal vestido de fato).
Da maior simpatia possível o director que me iria fazer a entrevista prontificou-se para me fazer a mesma no Sábado (dia a seguir), entrevista essa que correu bem e que contarei como foi noutro post noutra altura.
Para arrematar devo dizer que o voo de volta, pela TAP, correu extremamente bem, tudo a horas, com sandocha a bordo, directo para Lisboa. E a lição diz que não vale a pena ir ao Porto apanhar aviões porque de uma forma ou de outra não compensa.
Depois um dia conto-vos outra história que se passou com um anão gay, uma criança vietnamita com uma perna de pau e uma hospedeira de voo da Ryanair viciada em manteiga de amendoim... mas fica para outra vez.
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