Vi coisas interessantissimas como utilizações para células estaminais e como se pegava num coração de um porco e se tornava viável para transplante para humanos.
Vi entrevistas a pessoas sobre o que elas gostariam que fosse criado para terem novas capacidades como voar, correr mais rápido, controlar emoções ou até mesmo uma que gostava de poder retirar os braços à noite antes de dormir porque acaba sempre por dormir em cima deles.
Vi o primeiro Cyborg oficialmente reconhecido como tal, que é um rapaz completamente daltonico que tem uma webcam na testa que lhe transmite as cores em forma de sons. O seu cérebro já se adaptou de tal forma que se tornou um novo sentido para ele e até já sonha em cores.
E ao mesmo tempo que estava a rejubilar pelos avanços incriveis desta engenhosidade humana e destas nossas capacidades de inovar vi outras coisas.
Vi que uma boa parte do estudo das células estaminais não é para curar os males das doenças das pessoas que sofrem mas por laboratórios que contratam os cientistas para criarem produtos para emagrecer, visto que ninguém o quer fazer comendo de uma forma saudável.
E depois vi que a maioria destes estudos são feitos utilizando animais. Vi macacos presos a máquinas com electrodos na cabeça para controlar robots à distância. Vi macacos e ratos com doenças induzidas para se poder estudar terapias. Vi ratos com sensores de infravermelhos acopolados ao crâneo e ao cérebro para testar se se adaptavam a sinais de infravermelhos onde havia água para beber.
Cheguei ao final e concluí que o nome da palestra estava errado. Não estamos a falar de Humanos 2.0. Estamos a falar de brinquedos 2.0. Estamos a falar de mais tecnologia gira e engraçada e util. Recuso-me a acreditar que um Humano 2.0 não tenham também Humanidade 2.0. Recuso-me a acreditar que o Humano 2.0 continue a criar sofrimento para satisfazer as suas próprias necessidades de avanço tecnológico.
Somos como crianças! Somos como crianças que tiveram acesso a brinquedos poderosos. Somos como crianças com lupas a queimar formigas ou com a sua primeira tesoura a cortar insectos. Somos como crianças... mas já não somos crianças.
Eu deixo o meu desejo para um melhoramento tecnológico ao corpo humano. Criar um chip que seja introduzido no nosso corpo e que nos faça sentir a dor que nos rodeia. Que nos faça sentir o stress, o medo, o sofrimento que infligimos aos outros ou que simplesmente existe porque nos escusamos de fazer a nossa parte para o fazer desaparecer. Chamemos-lhe Empathy Chip.
Mas aposto que ninguém vai gastar dinheiro nisto. Antes ainda queremos emagrecer com comprimidos
1 comment:
Excelente a sua visão. Por coincidência, os Humanos que procura acreditar que existirão e que serão a verdadeira expressão da humanidade no futuro, também os encontrará sobre o mesmo nome "Humanos 2.0", num docutmentário (cut propositado) sobre o próximo grande e verdadeiro desafios da humanidade, finalmente tomar consciência e responsabilidade ética, ser adulta. Made in PT.
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